2025
Era pra ser mais um capítulo de uma campanha sólida. Jogo de semifinal da Copa Amstel, adversário invicto — igual a nós — e elenco pronto pra deixar tudo em quadra. Mas o roteiro decidiu testar a nossa fé.
Primeiro, o atraso: mais de uma hora esperando o jogo anterior acabar. Alguns dos nossos precisaram ir embora antes da bola rolar. Quando enfim entramos em quadra, o mundo começou a desabar, literalmente. Chuva intensa, frio, bola pesada e um campo escorregadio, reflexo perfeito do que viria a seguir.
E logo de cara, com um minuto de jogo, erro na saída de bola e 1x0 pros caras.
No lance seguinte, lançamento do goleiro adversário direto no pivô, que girou e fuzilou. 2x0.
Aos dez minutos já estava 3... 4x0: bola esticada pelo adversário, toque nítido com o braço. A nossa defesa parou pra reclamar e o juiz mandou seguir. Teve confusão e expulsão pro nosso lado.
E, aos 18, ainda tinha a "cereja" desse bolo indigesto: Flavio, na nossa comissão, achou que a bola tinha saído pela lateral e devolveu pro adversário com toda boa vontade do mundo. Mas ele vacilou, invadiu o campo sem querer e a regra é clara: falta e cartão. Na cobrança, bola no cantinho de Louiz e 5x0 no placar para o adversário.
Um apagão completo.
Nem mesmo o Sampagode acreditava no que esta tava acontecendo. Ninguém acreditava.
Só que aí veio o detalhe que muda tudo: todo mundo acreditou que era possível.
Colocamos a bola no chão e a cabeça no lugar. E aos 20 minutos Kuminha descontou. 5x1!
Rapha fez o dele 3 minutos depois e fomos pro intervalo ainda atrás, 5x2, mas já com o rosto levantado. O semblante era claro: a gente ia buscar.
No segundo tempo, o Pisa voltou diferente. Ou melhor: voltou o que costuma ser.
Lucas fez o terceiro logo no primeiro minuto após rebote no chute de Rapha.
Renatinho, na sequência, ainda fez um golaço no ângulo. 5x4!
E o adversário, desesperado, começou a cavar falta, enrolar reposição, simular lesão...
Mas não teve jeito.
Escanteio nosso, confusão na área e Lucas empurrou para as redes. 5x5 e o empate!
Faltando 2 minutos, o técnico Kaká pediu tempo. Foi o respiro pra esse time que pressionava o adversário de forma incansável há mais de 30 minutos. Foi nesse momento que olhamos uns para os outros e sabíamos que o gol estava pra sair.
Faltava pouco tempo e mais uma falta do adversário teríamos shootout. Mas não precisávamos desse favor.
Último minuto.
Jotaerre arranca pela esquerda e chuta. O zagueiro rebate.
A bola sobra nos pés de Kuminha.
Nosso 10 ajeita e chuta de esquerda...
A bola até parece tocar no Rapha, mas não... ela bate na trave e vai pra rede!
Virada!
6x5 para o Pisa!
O banco invade o campo e corre para abraçar os jogadores.
O adversário vai ao chão e chora. Literalmente.
Ainda restam poucos segundos, mas o Sampagode já não tinha mais forças. A pisada foi muito forte.
Fim de jogo!
Pisa na final!
E uma glória que não foi só pelo placar e virar um jogo tão adverso.
É pelo o que ela representa. É por como viramos:
Conscientes. Intensos. Juntos.
Isso é Pisa!
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Comissão:
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